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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

arcade fire e the knife

toda lista é parcial bla bla bla, mas vou te contar quais são as duas melhores bandas da atualidade. the knife (1999 - suécia) e arcade fire (2003 - canadá). são grupos que ficam, que vão ser lembrados daqui a dez, quinze, vinte anos, que produzem música com a alma, que são incríveis e maravilhosos em tudo o que fazem, que não saem nunca da minha playlist.

arcade fire




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the knife



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

sobre religião (ou porque fui expulso da igreja)

aproveitando a vibe de postagens diárias e o ânimo pra escrever (que vai passar logo, acreditem), vamos ao tema de hoje: religião. sem me aprofundar muito no assunto para não envolver pessoas sem seu consentimento, vamos à uma experiência, no caso a minha.

quando pequeno frequentava uma igreja pentecostal com minha avó paterna, linda e maravilhosa. já minha avó materna era católica e meus pais não eram nada. tanto que nem fui batizado quando neném, graças a deus. aos oito, comecei a frequentar a igreja batista, com uma tia. eu adorava os encontros, os estudos, o ambiente, tudo. algum tempo depois meus pais também começaram a frequentar e se converteram. meu batismo foi aos catorze anos (uma das principais crenças dos batistas é essa, a de que o batismo tem de ser consciente e simboliza a morte para o mundo e o renascimento em cristo).

nem tudo era uma maravilha, mas eu era de fato um crente. estudava a bíblia, saía com os amigos da igreja, viajava aos acampamentos e participava dos ministérios. mas sempre fui um pentelho. não no sentido de bagunça, mas sempre queria ir além do que me era dito pelos pastores e líderes. tentava entender tudo, pois nunca fui besta e nunca deixei que me enganassem. mas tem algo estranho quando se fala de fé. não tem explicação, ou você tem ou você não tem.

fato é que sempre busquei coisas novas e muitas vezes provoquei a igreja, que parecia estar mais preocupada com seu próprio bem estar do que com as pessoas de fora (ou pessoas do mundo, como alguns membros diziam. promovi, com a ajuda de amigos também revoltados, várias ações para atingir os de fora. e na maioria das vezes fui muito livre.

como o papo de hoje não é sobre as descobertas sexuais, não falarei disso, mas esta questão não era importante pra mim na época que estive na igreja, dos oito aos vinte e poucos anos. o que me deixava mais chateado era a falta de respostas e a facilidade com que algumas pessoas apenas aceitavam tudo, sem questionar, sob a premissa de que os mistérios de deus não são para ser entendidos. pelo menos não na terra.

muito me admirava a vida de alguns cristãos, sobretudo os pioneiros do protestantismo, como lutero, calvino, john knox, john wesley, cujos nomes muitos cristãos de hoje nunca ouviram falar. mas enfim, eu sentia falta daquele cristianismo.

como disse que não ia expor ninguém, não estou a fim de citar experiências vividas na igreja (apesar de eu ter sido BEM exposto). vi a igreja sendo dividida por interesses particulares, traição, adultério (inclusive de pastores de várias igrejas), mentira e hipocrisia, muita hipocrisia (eu, por exemplo, passei algum tempo sendo hipócrita). mas não há como eu falar dessa história sem contar o que aconteceu comigo.

por conta da minha decepção pessoal com a igreja e com o cristianismo de forma geral, comecei a me afastar aos poucos. confesso que tentei ao máximo permanecer naquele ambiente, mas não deu. parei de frequentar os cultos e a cada dia mais tinha certeza de que aquilo não era pra mim.

eis que depois de alguns anos (dois ou três) sem ir aos cultos, tendo mudado de cidade inclusive, recebi a ligação de um dos pastores. simpático e gentil, como sempre foi (aliás, uma pessoa ótima de quem eu gosto muito ainda hoje) disse que iria me tirar do rol de membros da igreja por ausência. um papo bom, sem drama. aceitei e desligamos.

dias depois, recebo outra ligação. desta vez era um amigo dizendo que estava numa reunião com os líderes e que meu nome tinha sido citado, conforme o pastor havia me dito que ia acontecer. mas agora o motivo era outro. alguém tinha ficado sabendo, não sei como, que eu era gay. como este assunto já estava bem resolvido pra mim, não me preocupei em avisar o povo da igreja. minha família sabia e me aceitava, o que me deixava bem confortável perante a crise fortíssima que tive durante muito tempo.

e como o gay não é aceito na igreja (aliás, é aceito, desde que mude) eu não acho um erro que eles te afastem. cada grupo aceita quem achar de direito, conforme suas crenças e costumes. o que me deixou triste foi o fato de um pastor ter me ligado por um motivo e depois a situação ter mudado completamente.

agora eu era um gay e precisava ser excluído da igreja por se gay e não por ausência. até hoje não quis saber dos detalhes, mas o que chegou a mim é que alguém "descobriu" vendo fotos no facebook, olha que legal! e de um momento pra outro, eu estava sendo discutido entre os líderes da igreja. tempo depois, como é de costume, meu nome foi levado publicamente a todos os membros da igreja e meu "problema" foi exposto. e igreja votou minha exclusão.

que fico claro que não sinto mágoa, nem acho que a igreja errou em me excluir. afinal você só faz parte de um grupo se tem algo em comum com as pessoas que fazem parte dele. e eu não tinha a muito tempo.

às vezes eu fico imaginando como foi este dia. o que pensaram, quem votou a favor da minha expulsão (todos, imagino). fico pensando nos gays que ainda estão lá (porque é claro que tem gay na igreja que eu sei BEM). fico pensando no pastor que tempo depois também saiu da igreja porque tinha um caso com a secretária. fico lembrando das músicas maravilhosas de amor, dos abraços de carinho, da ceia compartilhada.

hoje fico bem feliz por não pertencer mais a este meio. ainda tenho minha fé, ainda tenho meu conhecimento e mantenho firme minha espiritualidade. das amizades, apenas duas ou três ainda permanecem. e hoje, mato as saudades quando ouço os hinos na igreja batista que fica colada ao meu prédio.

confessionário

namoro à distância e outras divagações de madrugada

muita gente me pergunta como é namorar à distância. e eu respondo: não namoro à distância. moramos em cidades diferentes, mas nos falamos todos os dias e nos vemos todos os fins de semana e algumas vezes no meio dela.

no começo isso foi um problema. começo de namoro é assim, você quer ter a pessoa por perto sempre, contar as novidades, compartilhar experiências, vitórias e derrotas. e claro, namorar. o pior desafio e superar a saudade. quando se passa um fim de semana gostoso, o domingo a noite começa a virar melancólico. o despertador tem som de saudade, o metrô fica nostálgico e a rodoviária com clima de separação (mesmo que momentâneo).

acontece que todo relacionamento tem crises, ainda mais quando se mora em outra cidade. ciúmes, carência, excesso de cuidado, falta de cuidado, tudo isso pode rolar, por isso a confiança é essencial. claro que cada casal tem seu próprio "código de conduta", estabelecido com o tempo de namoro. muitos dos que vivem boa parte da semana longe resolvem "abrir" o relacionamento, pois não aguentam cinco dias sem sexo. outros seguram as pontas sozinhos. outros não duram muito tempo e acabam terminando.

minha sorte é que campinas não é tão longe de são paulo. uma horinha e meia no cometa e tudo está resolvido. o custo fica alto, mas compensa. a intensidade da saudade transforma-se em intensidade de companhia. e tudo fica bem.

como disse, todo casal tem seu código de conduta, estando junto ou separado. e isso compete a cada um. não seria tão besta a ponto de abrir publicamente o que tenho acertado com meu amor, mas vou te dizer que tem funcionado muito bem. mas digo que conquistei a liberdade que sempre quis num namoro. e isso não significa que saio por aí beijando bocas, ok?

a liberdade num relacionamento é muito mais que ficar com outras pessoas. particularmente acho que isso tem grandes chances de destruir uma relação. liberdade é poder contar tudo que acontece, sem amarras. é compartilhar os desejos, as angústias. e principalmente, dialogar.

como tenho feito um revezamento de cidades (uma semana venho a sp - sim, estou aqui e outra semana ele vai à campinas), precisamos aproveitar muito bem nosso tempo juntos. isso não significa ficar grudados o tempo todo porque temos nossos amigos em comum, mas também precisamos de uma certa privacidade. e combinar isso é fundamental.

na prática: nada nos impede de sair sozinhos com nossos amigos, sem a companhia um do outro. isso é saudável. antes ficávamos nos cobrando, quase que impondo uma condição de presença quase que total. depois de muita conversa e amadurecimento, percebemos que nada impede de eu vir à sp e sair com meus amigos e vice-versa.

amo estar junto, valorizo cada momento. mas também gosto da possibilidade de poder ir ao cinema sozinho enquanto o companheiro sai com um amigo, por exemplo. ou seja, o que importa é que todos vivam seus momentos, juntos ou não.

fico triste quando amigos começam a namorar e esquecem das outras pessoas. o fato de sair sem o(a) namorado(a) não significa que não gosta. convivi um tempo com um casal que simplesmente deixou de existir perante os amigos e começou a viver exclusivamente um para o outro. que chatice...

bom, pra terminar a divagação da madrugada... aproveitem ao máximo seus parceiros, mas lembrem-se que tanto vocês quanto eles já existiam antes de se conhecerem e portanto tinham uma vida. não deixem que essa vida seja apagada por conta da relação, pois se ela se acabar, você corre o sério risco de ficar sem o amor e sem os amigos.

dois





sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

água de rosa branca

o bloguinho vai virar um fotolog. hohoho


o centro

habitar o centro, território árido.

morar no centro de qualquer cidade é uma experiência fantástica. o agito, a proximidade de tudo (ou quase tudo), a mobilidade, o status, enfim, não importa o motivo. e morar no centro de duas cidades gigantes próximo às praças mais bacanas (em sp, na praça da república e em campinas, há duas quadras da praça carlos gomes) é um diferencial e tanto.

há menos de 4 meses mudei para o centro de campinas, depois de um ano e meio dividindo uma casa enorme, com quintal, horta e três cachorros. agora estou num apartamento gostoso, que montei do meu jeito. como morei sempre com outras pessoas, nunca tinha me sentido de fato "em casa", mesmo tendo roomates maravilhosos na maioria das vezes. mas pela primeira vez passei pela experiência de alugar um apartamento sozinho, procurar, escolher, negociar, alugar.

foi maravilhoso me mudar mesmo sem moveis, sentir o eco da minha própria respiração, ser meu próprio fiador, receber e pagar as contas, escolher onde ficariam as poltronas lindas e laranjas, a estante de aço azul, o sofá vermelho.

fazer um open house cheio de amigos queridíssimos, a primeira reclamação pelo barulho, conhecer os vizinhos, preparar a casa para receber visita. o primeiro cafezinho, o primeiro jantar, a primeira conta de gás, tudo isso tem um quê de independência muito grande.

na verdade sou independente há muito tempo, que fique claro. não sei se chega a ser motivo de orgulho, mas fico bem confortável em saber que pago minhas próprias contas desde os 14 anos e desde então não dependo financeiramente dos meus pais pra nada.

claro que se eles fossem ricos, não me importaria em ser sustentado, mas sério, a pessoa com mais de 20 anos que ainda recebe mesada ou que tem o aluguel pago pelos pais é uó.

mas essa independência também traz um pouco de solidão. aquela solidão boa, necessária. nunca tive tanto tempo pra dividir comigo mesmo meus pensamentos, pra ler, escrever, ver filmes, andar pelado, deixar a louça na pia durante uma semana e as roupas os livros pelo chão.

e morar sozinho quando se namora tem também seu encanto. receber e ser recebido causa uma ansiedade maravilhosa. mas como esse não é o motivo deste post, voltemos ao fato de viver só. agora, por exemplo, ouço apenas o barulho da geladeira e alguns carros na minha rua.

minha rua tem nome de poeta (sim, isso contou pontos na hora de decidir). minha rua é estreita, de mão única. na minha rua tem prostitutas, travestis e garotos de programa. restaurantes bons, fuleiros e casas bahia. tem posto de gasolina, tráfico de drogas e gente idosa. meus vizinhos, quase todos idosos.

um deles, no meu aniversário, até me deu presente, além de ter recebido e guardado aquele lindo arranjo de orquídeas que ganhei de aniversário.  não sei quanto tempo essa experiência vai durar (confesso que sinto falta de chegar e ter gente em casa), mas tem sido a melhor coisa nos últimos tempos.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

três carnavais

há muito tempo não passo por aqui.

eis que tirei a poeira, limpei as teias de aranha e voltei.

motivo 1 da ausência: mais o que fazer.
motivo 2: preguiça.
motivo 3: as melhores coisas da vida não são publicáveis.
motivo 4: facebook.

ainda assim - reforçando minha incoerência - venho postar um motivo de alegria e que precisa ser comemorado.

hoje.

dois anos que nos conhecemos.

terceiro carnaval juntos.

dois anos de parceria, companheirismo e amor.

parabéns pra mim, pra você.

que conseguimos manter o diálogo, resolver crises, superar distâncias. rir e chorar juntos. entender o que é liberdade no relacionamento. compartilhar planos, passado, presente. engolir o orgulho.

ceder.

não sabemos o que se passa na cabeça um do outro. temos nossos anseios pessoais,

acordos, segredos, medos.

mas nada disso estraga o que sentimos um pelo outro.

e assim vivemos o melhor que a vida tem nos oferecido.

pode parecer piegas - pois que pareça, não me importo - mas nunca fui tão feliz em um relacionamento.

porque o que temos é mais que um compromisso, mais que uma relação, mais que cumplicidade.

é amor.

beijo.